O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir nos próximos dias sobre a possível reintegração do horário de verão, conforme informaram seus assessores. A discussão surgiu devido à severa seca que afeta o Brasil e ao aumento das temperaturas, que resultam em maior consumo de energia elétrica.
A seca reduz o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que são a principal fonte de eletricidade no país, enquanto o calor intenso eleva o uso de aparelhos como ar-condicionado, aumentando a demanda de energia. O horário de verão, abolido em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, adianta os relógios em uma hora durante os meses mais quentes, com o objetivo de economizar energia ao reduzir a necessidade de iluminação artificial no final do dia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) devem divulgar em breve um estudo sobre o impacto do horário de verão nas atuais condições. A decisão de reintegrar a medida não será apenas técnica, mas também política, considerando a necessidade de ajuste na rotina da população.
Os especialistas apresentam argumentos divididos. Por um lado, o horário de verão ajuda a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico durante o pico de consumo à noite, quando a geração solar e eólica diminui. Por outro lado, a economia de energia é considerada mínima, e os impactos sobre a rotina das pessoas, como a alteração dos ciclos biológicos e possíveis riscos à segurança, são negativos.
Desde sua implementação inicial em 1931, o horário de verão foi adotado com variações em diferentes períodos e regiões do Brasil. Internacionalmente, a prática é comum em países fora da região tropical, como Canadá e Austrália, mas enfrenta resistência devido às mudanças de hábitos e às condições climáticas.