Na Espanha, moradores da cidade de Valência enfrentam as consequências da maior enchente do século, ocorrida nesta terça-feira (29), que deixou 205 mortos e dezenas de desaparecidos. A inundação devastou ruas, arrastou carros e destruiu parte da infraestrutura da cidade, deixando muitos residentes sem acesso a comida, água e eletricidade. A falta de alerta prévio por parte das autoridades gerou críticas da população, que acusa o governo de não agir com a rapidez necessária.
A situação em Valência levou o governo espanhol a mobilizar o Exército para auxiliar no resgate e na distribuição de alimentos e recursos essenciais. Em meio ao cenário de destruição, grupos de voluntários, organizados pelas redes sociais, começaram a se dirigir às áreas afetadas para ajudar, embora a Defesa Civil tenha solicitado que evitem a região para não prejudicar as operações de resgate em andamento.
Além dos danos causados pela força das águas, relatos indicam que saques a supermercados e lojas ocorreram em algumas áreas de Valência. Em Aldaia, cinco pessoas foram detidas por roubarem uma joalheria em um shopping. A polícia e o governo tentam manter a ordem, enquanto centenas de carros continuam empilhados nas ruas e o trabalho de limpeza é intensificado.
As enchentes, causadas por chuvas intensas, foram classificadas como o pior desastre do século 21 na Espanha. Segundo o governo, em algumas áreas, o volume de chuva registrado em poucas horas foi equivalente ao esperado para o ano inteiro. Esse fenômeno extremo superou até os temporais dos anos 1980, como a histórica enchente de Tous, ocorrida em 1982.
Equipes de resgate, incluindo mais de mil soldados, trabalham para localizar vítimas e prestar assistência. A ministra da Defesa informou que até a noite de quarta-feira, 22 corpos haviam sido recuperados, e mais de 100 pessoas foram resgatadas. O Real Madrid, como forma de apoio, anunciou uma doação de 1 milhão de euros para auxiliar os afetados.