Foto: Phil Nijhuis/ANP/AFP
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Estudo indica que nova vacina reduz severidade da mpox em primatas

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Estudo indica que nova vacina reduz severidade da mpox em primatas

Um estudo científico divulgado nesta quarta-feira (4) revelou que uma nova vacina experimental contra a mpox, desenvolvida pela farmacêutica Moderna, demonstrou maior eficácia na redução dos sintomas e gravidade da doença em macacos. Os resultados, publicados na revista “Cell”, indicam que o imunizante mRNA-1769, baseado em RNA mensageiro, superou a vacina da Imvanex/Jynneos, da Bavarian Nordic, já utilizada em diversos países, incluindo o Brasil.

De acordo com os dados, a vacina da Moderna foi mais eficaz em proteger os macacos contra o vírus da mpox, reduzindo significativamente o número de lesões, o tempo de infecção, e a presença do vírus no sangue e nas vias respiratórias. No experimento, os macacos foram divididos em três grupos: um recebeu a vacina experimental, outro a vacina da Bavarian Nordic, e o último um placebo. Os resultados mostraram que, embora ambas as vacinas tenham ajudado a atenuar a gravidade da doença, a vacina da Moderna reduziu mais as lesões e a perda de peso dos primatas.

A vacina de mRNA desenvolvida pela Moderna ataca quatro proteínas essenciais do vírus da mpox, enquanto outras vacinas disponíveis focam em apenas uma. Segundo a virologista Clarissa Damaso, isso é relevante porque essas quatro proteínas são críticas para a entrada do vírus nas células. Dessa forma, uma vacina que gera anticorpos contra essas proteínas pode impedir que o vírus invada as células do organismo.

Atualmente, a vacina mRNA-1769 está passando por testes clínicos em humanos para avaliar sua segurança e eficácia, com estudos em andamento no Reino Unido envolvendo cerca de 350 participantes. Os resultados completos são esperados até 2025. A vacina foi projetada para combater uma variante mais virulenta do vírus da mpox, mas há expectativas de que também seja eficaz contra outras variantes.

No Brasil, onde o risco de transmissão é considerado baixo, a vacinação contra a mpox não é recomendada para toda a população, mas sim para grupos específicos, como pessoas que vivem com HIV/aids ou que tiveram contato direto com indivíduos infectados. Desde o início da campanha de imunização em março de 2023, aproximadamente 29.913 das 49 mil doses disponíveis foram administradas até o final de agosto.