A decisão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de endurecer as regras contra contas-laranja e transações ligadas a plataformas de apostas irregulares representa um avanço importante na tentativa de conter fraudes financeiras e esquemas de lavagem de dinheiro no país. A nova autorregulação obriga as instituições financeiras a monitorar e encerrar contas suspeitas, comunicar irregularidades ao Banco Central e fortalecer mecanismos de prevenção contra operações ilícitas.
A medida surge em um momento crítico, em que o sistema bancário enfrenta o crescimento acelerado de crimes digitais e a expansão de apostas não regulamentadas que movimentam bilhões fora do controle estatal. As chamadas contas-laranja — abertas em nome de terceiros, muitas vezes sem o conhecimento do titular — tornaram-se instrumento comum de golpes eletrônicos, evasão fiscal e ocultação de recursos. Ao incluir também as plataformas de apostas ilegais no escopo de fiscalização, o setor financeiro reconhece a necessidade de agir com rigor e transparência diante das novas formas de criminalidade digital.
Contudo, a efetividade dessas medidas dependerá da execução. Não basta editar normas: é preciso garantir que bancos, fintechs e intermediários atuem de forma integrada e com tecnologia suficiente para identificar padrões suspeitos antes que o dano ocorra. O país precisa de uma estrutura financeira moderna, ética e protegida contra o uso criminoso. A ação da Febraban é um passo na direção certa, mas o verdadeiro desafio começa agora — transformar regulação em resultado e confiança em segurança.
Da Redação, Folha de Brasília
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil







