A modernidade ampliou a voz de milhões, mas turvou a visão do eleitor. Em meio à enxurrada de notícias, slogans e propagandas segmentadas, tornou-se quase impossível distinguir homens e mulheres cuja elegância na forma se alia a uma empatia genuína pelos interesses coletivos daqueles que exploram o carisma para alimentar agendas pessoais.
A polarização e o viés de confirmação criam bolhas ideológicas em que propostas bem elaboradas são sufocadas por discursos simplistas. Políticos que se destacam pela retórica agressiva ou pela promessa de “soluções fáceis” atraem mais atenção do que perfis equilibrados, justamente aqueles com histórico de integridade e sensibilidade social.
Figuras como Donald Trump exemplificam o perigo da erosão silenciosa das democracias: ao questionar instituições, intimidar a imprensa livre e impor medidas como tarifas abusivas com fins políticos, esses líderes corroem a confiança pública e minam os freios e contrapesos essenciais ao Estado de direito.
Para reverter essa tendência, é urgente fortalecer a educação cívica, garantir transparência sobre o histórico e as propostas dos candidatos e criar espaços de debate em que elegância no discurso e empatia pelo bem-comum sejam os verdadeiros critérios de escolha. Só assim será possível eleger representantes capazes de preservar e renovar a democracia.
Por, Cristovão Pinheiro