AGAFOTO - Agência Gaúcha de Fotografia/IA
AGAFOTO - Agência Gaúcha de Fotografia/IA
AGAFOTO – Agência Gaúcha de Fotografia/IA

Governadores usam “tarifaço” como palanque eleitoral, não por preocupação econômica

AGAFOTO - Agência Gaúcha de Fotografia/IA

Governadores usam “tarifaço” como palanque eleitoral, não por preocupação econômica

Quatro chefes estaduais se manifestaram sobre a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA, mas o que parecia zelo pelo agronegócio escancarou um jogo de cena em prol de votos. Três deles partiram em uníssono para criticar o governo federal, mas suas declarações soam menos como defesa de produtores e mais como estratégia de campanha, a um ano das eleições .

O governador Tarcísio de Freitas acusou Lula de “colocar a ideologia acima da economia”, mas sua fala chega tarde e soa oportunista: foi feita no calor do “tarifaço”, aproveitando o factoide para tentar se destacar nacionalmente, em vez de oferecer propostas concretas para mitigar prejuízos .

Ronaldo Caiado, com seu tom apocalíptico à la Chávez, e Romeu Zema, que alertou para “perseguições e provocações baratas”, causaram confusão mais para inflamar bases conservadoras do que para traçar rota de negociação com Washington. Ao servirem de palanque, ambos deixam claro que o discurso econômico é fachada para angariar apoios .

Até Jerônimo Rodrigues, único a poupar Lula, escorrega ao afirmar que “o Brasil não é quintal de ninguém”: em vez de articular solução via OMC ou lei de reciprocidade, o governador da Bahia fecha questão com o PT para manter visibilidade eleitoral. No fim, prevalece o falso interesse na saúde da economia, motivado por cálculos de poder, e não pelos reais desafios de produtores e consumidores .

Folha de Brasília, da redação.