Foto: Ina/G1
Foto: Ina/G1
Foto: Ina/G1

Governo Alemão endurece controle de fronteiras em resposta à pressão da extrema direita

Foto: Ina/G1

Governo Alemão endurece controle de fronteiras em resposta à pressão da extrema direita

A Alemanha, situada no coração da Europa e cercada por nove países, passou a adotar a partir desta segunda-feira (16) um controle mais rigoroso em suas fronteiras, com o objetivo de enfrentar a imigração irregular e proteger seu território. A decisão foi influenciada pelo crescente poder da extrema direita, especialmente após os resultados eleitorais desfavoráveis para a coalizão de centro-esquerda liderada pelo chanceler Olaf Scholz. As recentes vitórias do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições estaduais de Turíngia e Saxônia intensificaram a pressão sobre o governo para endurecer as políticas migratórias.

O novo regime de controle de fronteiras, que terá validade por seis meses, promete tornar o tráfego de pessoas e veículos mais lento. A ministra do Interior, Nancy Faeser, justificou a medida como necessária para fortalecer a proteção das fronteiras nacionais até que um sistema europeu de asilo mais eficiente esteja em vigor. A decisão surge em um contexto de elevado número de pedidos de asilo na União Europeia, com a Alemanha recebendo 340 mil dos 1,1 milhão de pedidos registrados no ano passado. Além disso, um recente ataque terrorista cometido por um imigrante sírio rejeitado para asilo amplificou o debate interno sobre a imigração.

O endurecimento das regras migratórias marca um contraste com a política de abertura adotada pela ex-chanceler Angela Merkel em 2015, que permitiu a entrada de mais de um milhão de refugiados. A atual abordagem visa não apenas reduzir a imigração irregular e acelerar as deportações, mas também apaziguar o eleitorado preocupado com questões de segurança e identidade nacional. O governo de Scholz busca evitar uma nova derrota eleitoral em Brandemburgo, onde as pesquisas apontam uma liderança do AfD sobre o partido social-democrata SPD.

O aumento do controle nas fronteiras alemãs também afeta o Espaço Schengen, que há quase quatro décadas permite a livre circulação de cerca de 420 milhões de cidadãos de 29 países. Países como Itália, Noruega e Hungria já haviam implementado controles temporários em resposta a crises, como a pandemia e os conflitos no Oriente Médio. A decisão da Alemanha, no entanto, exacerba a tensão dentro da União Europeia e põe em xeque a confiança entre os Estados-membros para gerenciar coletivamente a imigração e manter a unidade europeia.