Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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Inflação de janeiro fica em 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos

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Inflação de janeiro fica em 0,42%, pressionada pela alta dos alimentos

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial no mês de janeiro foi de 0,42%, impulsionada principalmente pela alta no preço dos alimentos. Essa taxa é menor que os 0,56% registrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês anterior, dezembro.

Em um período de 12 meses, o índice totaliza 4,51%. O IBGE divulgou esses dados nesta quinta-feira (8).

No mês de janeiro, o grupo alimentação e bebidas, que possui maior peso na cesta de consumo das famílias (21,12%), teve um aumento de 1,38%. Isso representa um acréscimo de 0,29 ponto percentual (p.p.) no IPCA do mês. Essa é a maior elevação de alimentos e bebidas para o mês desde 2016, quando o grupo registrou um aumento de 2,28%.

De acordo com o IBGE, os principais motivos que causaram o aumento nos preços dos alimentos no início de 2024 foram fatores climáticos.

“André Almeida, gerente da pesquisa, explica: ‘O aumento nos preços dos alimentos é relacionado, principalmente, à temperatura alta e às chuvas mais intensas em diversas regiões produtoras do país’.”

Custos da alimentação

Entre os alimentos que mais impactaram o orçamento do brasileiro estão a cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).

André Almeida destaca: “Historicamente, há um aumento nos preços dos alimentos nos meses de verão, devido aos fatores climáticos, que afetam a produção, especialmente dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño.”

O pesquisador também explica que no caso do arroz, a Índia, maior produtora mundial, enfrentou problemas climáticos que afetaram a produção e reduziu as exportações no segundo semestre de 2023. Isso resultou em menos produto disponível para venda e, consequentemente, um aumento nos preços.

Transportes

O grupo transportes, o segundo de maior peso na cesta mensal das famílias (20,93%), contribuiu para conter a inflação em janeiro. Houve uma deflação, ou seja, uma queda nos preços, de 0,65%. O alívio veio de um dos principais responsáveis pelos aumentos nos últimos meses: o preço das passagens aéreas. Após terem aumentado 82,03% entre setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado, os bilhetes vendidos pelas companhias aéreas tiveram uma redução média de 15,22% em janeiro de 2024. Esse foi o item que teve o maior impacto negativo em todo o IPCA.

Dentro do grupo dos transportes, também houve uma diminuição nos preços dos combustíveis (-0,39%), com quedas no preço do etanol (-1,55%), óleo diesel (-1,00%) e gasolina (-0,31%).

“Como a gasolina é o subitem de maior peso individual no IPCA, essa queda de preços em janeiro ajudou a conter o resultado geral do índice”, analisa o gerente do IBGE.

O gás veicular, com um aumento de 5,86%, foi o único dos combustíveis pesquisados a ter alta no mês.

No terceiro grupo com maior peso no orçamento familiar (15,31%), a habitação teve um aumento de 0,25%.

Em relação aos últimos 12 meses, o IPCA é considerado a inflação oficial do país e é utilizado pelo Banco Central para atingir a meta oficial de inflação (3% no acumulado de 12 meses, com uma tolerância de 1,5 p.p para mais ou para menos). O índice calcula o custo de vida de famílias que ganham entre um e 40 salários mínimos.

Com o resultado de janeiro, o acumulado de 12 meses diminuiu de 4,62% para 4,51%. Esta é a quarta redução consecutiva neste acumulado. No mesmo mês do ano passado, o IPCA tinha sido de 0,53%.

INPC

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nesta quinta-feira. Ele mede a inflação para famílias com renda de um a cinco salários mínimos, sendo sua principal diferença em relação ao IPCA. Em janeiro, o INPC registrou um aumento de 0,55%, superando o IPCA devido ao maior peso do grupo alimentação e bebidas para as pessoas nessa faixa de renda. Em outras palavras, quanto menor a renda, maior é o gasto proporcional com comida. Nos últimos 12 meses, o índice acumula uma alta de 3,82%.