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Inflação projetada cai para 4,43%, porém poder de compra segue estagnado

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Inflação projetada cai para 4,43%, porém poder de compra segue estagnado

O mercado financeiro reduziu a projeção de inflação para 4,43% este ano, segundo o boletim mais recente das instituições econômicas. Embora o número sinalize uma desaceleração em relação aos picos registrados nos últimos anos, especialistas avaliam que o resultado está longe de representar um avanço sólido no poder de compra da população. Na prática, a nova estimativa revela mais uma acomodação técnica do que uma melhora estrutural nos preços.

A revisão ocorre em meio a um cenário de juros ainda elevados, consumo enfraquecido e freios artificiais que vêm segurando parte dos aumentos. Para analistas críticos, a queda projetada não reflete uma economia saudável, mas sim um país que cresce pouco e onde famílias reduzem gastos básicos, fazendo com que a inflação recue mais por fraqueza do que por eficiência. Além disso, itens essenciais — como alimentos, energia e transporte — seguem pressionando a renda das famílias de menor poder aquisitivo.

Mesmo com a revisão, a inflação permanece acima do centro da meta, revelando dificuldades persistentes de política econômica. O governo tenta celebrar o recuo como sinal de estabilidade, mas sem reformas estruturais, produtividade crescente ou estímulo à concorrência, a inflação brasileira continua vulnerável a choques internos e externos. A queda para 4,43% alivia manchetes, mas não muda a realidade de milhões de brasileiros que ainda sentem o orçamento apertado e o salário corroído mês a mês.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: José Cruz/Agência Brasil