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Iniciar negócio na garagem, como Apple e Google, dá fôlego a principantes

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Iniciar negócio na garagem, como Apple e Google, dá fôlego a principantes

Apple-GoogleApple, Google e Microsoft, hoje gigantes da tecnologia, começaram suas histórias em garagens. Assim como no caso delas, o pouco capital disponível para abrir o negócio foi o que levou as empresas W2 Digital e Sintonia Turismo a começar em um quartinho nos fundos de casa. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a estratégia ajuda a empresa a ter fôlego no estágio inicial. 

A agência de comunicação visual W2 Digital iniciou as atividades em 1992 com alguns pincéis e latas de tinta. Hoje, a empresa de Londrina (379 km de Curitiba) fatura R$ 250 mil por mês. O lucro não foi revelado. Os trabalhos realizados vão desde a impressão de um banner por R$ 60 até a decoração de lojas e fachadas por R$ 50 mil.

O primeiro espaço ocupado pela empresa tinha 40 m² e ficava nos fundos da casa da família fundadora. Segundo Fabiano Cerci, 38, sócio da agência, o quarto serviu de sede para o negócio durante seis anos. “Antes disso, era o quartinho da bagunça”, diz. A empresa ainda ocupou a casa ao lado até se mudar, em 2011, para o atual endereço.

A nova sede tem, aproximadamente, 1.000 m² e emprega 25 funcionários. O negócio iniciado por Wanderley Cerci para complementar a renda familiar ganhou força com a ajuda dos filhos e da tecnologia. Fabiano e o irmão Paulo tiveram de ajudar o pai, que é surdo-mudo, devido à dificuldade de comunicação com os clientes.

“Antigamente, eu tirava a foto de uma fachada, revelava o filme e desenhava sobre a imagem para o cliente ter uma ideia de como ela iria ficar. Agora, tiro a foto pelo celular, mando para o departamento de arte e eles enviam uma proposta para o cliente no mesmo dia”, afirma Fabiano.

Casa da namorada vira sede de agência de turismo

Daniel Barros, 25, abriu a Sintonia Turismo em julho de 2014 em um quarto nos fundos da casa da namorada, em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Dois meses depois, ela se tornou sócia do negócio. O investimento inicial foi de R$ 10 mil.

O principal motivo que levou Barros a abrir a empresa na casa da namorada foi o alto custo para alugar um escritório. “O valor mínimo de aluguel que encontramos foi de R$ 5.000”, diz. “Em casa, não temos esse custo.”

Segundo ele, a maior parte dos atendimentos é feita pela internet ou por telefone. No entanto, o escritório recebe, eventualmente, clientes que preferem conversar pessoalmente. Por mês, a empresa vende cerca de 40 viagens a preços que variam de R$ 1.000 a R$ 15 mil. O faturamento não foi divulgado.

Barros diz que pretende tirar o escritório dos fundos da casa no prazo de um ano. Porém, a mudança pode demorar mais, caso o número de atendimentos presenciais continue baixo. “Posso enumerar vários benefícios de trabalhar em casa. O principal é ganhar três horas por dia que perdia no trânsito para chegar ao trabalho.”

Empresa precisa sair de casa para crescer, diz consultor

Abrir o negócio em casa é uma opção para empreendedores com pouco capital disponível, segundo Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). A estratégia ajuda a empresa a ganhar um fôlego no estágio inicial e a não queimar todo capital de investimento ou de giro. “O começo costuma a ser um período difícil pelos poucos recursos disponíveis.”

No entanto, ele afirma que, se a empresa quiser crescer, terá de sair de casa. “É inviável ficar em casa para sempre. Vai chegar um momento em que o cliente vai reclamar porque não tem onde parar o carro e outros cômodos serão ocupados pela empresa. É um problema bom, pois é sinal de que o negócio está expandindo.”

Antes de abrir uma empresa em casa, o consultor recomenda checar na prefeitura (ou subprefeitura da região) se é permitido ter um negócio na rua onde mora. “Em áreas residenciais, geralmente, são proibidos indústrias e negócios com alto fluxo de pessoas, como lojas. Porém, dependendo do bairro, pode haver restrição também para prestadores de serviços”, diz.