Picciani-Folha de Brasília

Ministro direcionou licitação, diz Renato Teixeira

O marqueteiro Renato Teixeira disse em delação que a agência Prole, do Rio de Janeiro, venceu a licitação da publicidade do Ministério dos Esportes, graças ao direcionamento do ministro Leonardo Piccini (PMDB-RJ).

Mesmo vencendo a licitação, para dividir uma conta de R$ 55 milhões, os representantes da empresa não apareceram para assinar o contrato.

A agência desistiu de prestar os serviços, alegando dificuldades financeiras.

A decisão foi tomada em dezembro, dias depois de o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) ser preso por suposta participação em esquemas de corrupção que envolveriam a Prole e o marqueteiro.

“[Pereira] Veio a Brasília e teve uma reunião com Picciani no seu gabinete, onde ficou acertado que ganharia a conta de publicidade do ministério”, diz o depoimento.

Como a Folha de São Paulo mostrou no mês passado, o Ministério do Esporte convocou para assinar o contrato a Calia Y2, terceira classificada na licitação. A empresa –que aumentou expressivamente seus ganhos no atual governo– pertence a Gustavo Mouco, irmão do marqueteiro de Temer, Elsinho Mouco.

A outra vencedora da concorrência no Esporte foi a Agência Nacional de Propaganda, que, segundo Pereira, seria próxima do ministro Picciani e teria participado de outras tratativas para fraudar licitações no governo do Rio e no Ministério da Saúde.