bdf-20250907-195359-79b2fd-750x536
bdf-20250907-195359-79b2fd-750x536

Movimento Reaja Brasil cresce em Brasília e reforça pautas de anistia e confronto ao STF

bdf-20250907-195359-79b2fd-750x536

Movimento Reaja Brasil cresce em Brasília e reforça pautas de anistia e confronto ao STF

O surgimento e fortalecimento do movimento “Reaja Brasil”, capitaneado por lideranças como Silas Malafaia e apoiadores de Jair Bolsonaro, coloca Brasília mais uma vez no centro das tensões políticas nacionais. Sob a bandeira da defesa da democracia e da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o movimento apresenta-se como reação popular contra supostos excessos do STF e do governo federal. Mas por trás da retórica de “resistência cidadã” esconde-se o risco evidente de transformar o espaço público em palanque para a radicalização.

A principal contradição do “Reaja Brasil” está em seu discurso. Ao mesmo tempo em que proclama a defesa da liberdade e da soberania, questiona decisões de um tribunal constitucional e relativiza ataques já comprovados contra as instituições. Essa inversão narrativa — de réus transformados em vítimas — pode mobilizar multidões, mas fragiliza o pacto democrático. Ao propor anistia ampla, o movimento não promove reconciliação; ao contrário, sinaliza que atos de violência contra a ordem poderão ser repetidos sem consequências reais.

O desafio para Brasília, palco privilegiado dessas manifestações, é equilibrar o direito de protesto com a preservação da ordem institucional. O “Reaja Brasil” é mais do que uma manifestação isolada: é um teste para a maturidade política do país. Se prevalecer como espaço de diálogo democrático, poderá contribuir para a diversidade do debate público. Mas se insistir em usar a liberdade como escudo para minar a democracia, estará reeditando um roteiro perigoso que o Brasil já conhece. O futuro do movimento dirá se é expressão legítima da cidadania ou apenas mais um instrumento de polarização sem compromisso com a ordem constitucional.

Da redação, Folha de Brasília

Foto: Nelson Almeida/AFP