O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 9,8 bilhões para preparar o Sistema Único de Saúde (SUS) diante dos impactos cada vez mais intensos das mudanças climáticas. O plano prevê ações estruturais, tecnológicas e preventivas para enfrentar eventos extremos, como ondas de calor, enchentes, secas prolongadas e aumento de doenças sensíveis ao clima, como dengue, chikungunya e problemas respiratórios.
De acordo com a pasta, o objetivo é fortalecer a capacidade de resposta da rede pública, modernizar unidades básicas de saúde, ampliar sistemas de vigilância epidemiológica e aprimorar protocolos de atendimento em situações de emergência climática. Os recursos também serão destinados à compra de equipamentos, ampliação de estoques estratégicos, reformas em hospitais e expansão de salas climatizadas em regiões mais vulneráveis às altas temperaturas.
O plano inclui ainda investimentos em inteligência de dados, permitindo que o SUS monitore, em tempo real, surtos epidemiológicos relacionados ao clima e identifique áreas de risco para atuação antecipada. Especialistas ressaltam que o Brasil, com sua diversidade regional e desigualdades socioambientais, precisa de uma estratégia robusta para evitar que eventos extremos sobrecarreguem o sistema de saúde — como já ocorreu em crises recentes no Norte e no Sul do país.
O anúncio marca um avanço na integração entre políticas de saúde e clima, alinhando o país às recomendações internacionais da OMS e de painéis científicos que alertam para o impacto crescente das mudanças ambientais sobre a saúde pública. O governo afirma que os investimentos serão executados de forma escalonada até 2026, com prioridade para regiões de maior vulnerabilidade.
Da redação, Folha de Brasília
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil







