Foto:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

No G20, Lula vai discutir combustíveis, meio ambiente e pobreza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho de Nova Déli, capital da Índia, onde ele participará da 18ª Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia. A comitiva brasileira embarcou logo após o desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, na quinta-feira (7), com previsão de chegada à cidade indiana no final da manhã desta sexta-feira (8), pelo horário oficial de Brasília, noite de sábado no país asiático. A reunião de líderes ocorre nos dias 9 e 10.

A cúpula representa o ponto alto das atividades do G20 e também marcará a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente sob responsabilidade da Índia, que será assumida pelo Brasil, pela primeira vez, a partir do dia 1º de dezembro. Uma série de reuniões técnicas ocorreram e seguem ocorrendo, inclusive em escala ministerial, entre os países do grupo.

Na terça-feira (5), durante o programa Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov, Lula deu alguns detalhes sobre os pontos que ele abordará na capital indiana. Um dos destaques é um acordo com a Índia envolvendo combustível renovável e a luta contra a desigualdade.

“O Brasil tem muita conversa para fazer. Brasil e Índia vão discutir a questão do etanol como combustível alternativo, que é extremamente importante, e nós temos que discutir com os outros países uma luta contra a desigualdade”, anunciou Lula.

Programação

A programação oficial da cúpula do G20 prevê pelo menos três sessões temáticas principais. No sábado, o presidente Lula participará de duas delas, sendo uma o painel denominado “Um Planeta”, que abordará temas como desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono. A segunda atividade é o painel intitulado “Uma Família”, que tratará de assuntos como crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.

No domingo (10), está agendada a terceira sessão da cúpula, denominada “Um Futuro”, que abordará temas como transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego.

Presidência

Na sequência da terceira reunião, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, falará sobre a presidência da Índia deste ano, fazendo um balanço. Já o presidente Lula encerrará o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira, que efetivamente começa em 1º de dezembro. O Palácio do Planalto não forneceu detalhes sobre possíveis encontros bilaterais de Lula com outros chefes de Estado e de governo.

A presidência rotativa do Brasil no G20 se estenderá até o final de 2024, quando uma nova cúpula será realizada no Brasil, no Rio de Janeiro. O encontro está agendado para os dias 18 e 19 de novembro do próximo ano.

Na entrevista concedida ao programa Conversa com o Presidente, Lula também destacou o protagonismo do Brasil em nível mundial ao longo dos próximos anos, reforçando que o país recuperou seu prestígio junto à comunidade internacional.

“Ano que vem, o Brasil sediará o G20, que acontecerá no Rio de Janeiro. Nós presidiremos o G20 em 2025, e também em 2025 lideraremos os Brics, além de sediarmos a COP30, em Belém. São três megaeventos que darão ao Brasil uma visibilidade diferente do que tivemos nos últimos anos”, enfatizou. “O Brasil está voltando a ser respeitado pelo mundo devido à seriedade com que tratamos as pessoas e a questão do clima”, afirmou o presidente.

Entenda o G20

O G20 foi criado em 1999 como uma forma de coordenação entre os países no nível ministerial, após uma sequência de crises econômicas internacionais: a crise do México em 1994; a crise asiática de 1997, que afetou especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul; e a crise da Rússia em 1998. Em 2008, durante o auge da crise causada pela falência do banco Lehmann Brothers nos Estados Unidos, os países realizaram a primeira cúpula de chefes de Estado em Washington. Essas reuniões foram realizadas semestralmente em 2009 e 2010, e a partir de 2011 passaram a ocorrer anualmente.

O grupo é composto por 19 países de cinco continentes, além da União Europeia, reunindo nações consideradas desenvolvidas e em desenvolvimento. Os membros do G20 incluem África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Para esta cúpula, outros nove países foram convidados: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Além disso, organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Internacional do Trabalho (OIT), União Africana e Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) também participam da reunião.

No total, os países do G20 respondem conjuntamente por cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global, representam dois terços da população mundial e abrangem 60% do território do planeta.