O condado de Door, em Wisconsin, é conhecido como “o condado mais indeciso” dos EUA por não manter uma preferência clara entre democratas e republicanos. No entanto, ele ganhou fama por prever o resultado das eleições presidenciais nas últimas sete votações. Mesmo com uma população de apenas 30 mil habitantes, Door atrai atenção nacional por seu histórico de escolher o candidato que acabará eleito presidente.
Em 2020, Joe Biden venceu Donald Trump no condado por uma pequena diferença, enquanto Trump havia derrotado Hillary Clinton em 2016, também por uma margem estreita. Esse padrão de vitórias apertadas reflete o equilíbrio político de Door, que já deu vitórias tanto a Barack Obama quanto a George W. Bush em eleições anteriores, sempre por uma margem de votos relativamente pequena, reforçando sua posição como um termômetro eleitoral.
A diversidade socioeconômica de Door contribui para seu equilíbrio político. Segundo Joel Kitchens, republicano local, o condado é um retrato em miniatura do estado de Wisconsin, com aposentados das cidades, uma comunidade agrícola, indústria pesada e diferentes níveis de renda. Essa pluralidade leva a um balanço nas campanhas eleitorais, com um número equilibrado de propagandas para os dois partidos e uma disputa intensa entre voluntários de ambas as campanhas.
Os eleitores de Door estão focados em temas como imigração e direito ao aborto. Enquanto Trump propõe intensificar as deportações, atraindo os eleitores mais conservadores, Kamala Harris defende uma legislação nacional para regulamentar o aborto, agradando os liberais e progressistas da região. Contudo, nenhum dos dois candidatos visitou Door diretamente durante suas campanhas.
As pesquisas eleitorais no Wisconsin mostram Kamala Harris levemente à frente de Donald Trump, mas ambos estão tecnicamente empatados. No condado de Door, as pesquisas também favorecem Harris, embora especialistas como Charles Franklin, diretor de uma importante pesquisa no estado, alertem que as sondagens podem subestimar o apoio a Trump, como aconteceu nas eleições de 2016 e 2020.