A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a mpox, anteriormente conhecida como “varíola dos macacos”, voltou a ser classificada como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A decisão ocorre pouco mais de um ano após a OMS ter declarado que a doença não representava mais uma ameaça global. O retorno desse alerta máximo foi motivado pela disseminação acelerada de uma nova variante do vírus na África, particularmente na República Democrática do Congo (RDC), onde foram registrados quase 14 mil casos e 450 mortes em 2024.
Fora da África, a OMS afirma que o surto permanece sob controle, com baixa transmissão. O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, destacou que a OMS está comprometida em liderar uma resposta global coordenada para evitar a propagação da doença, tratar os infectados e salvar vidas. Embora a situação atual seja preocupante, especialistas afirmam que o termo “pandemia” não é aplicável à mpox neste momento, já que o surto não apresenta uma transmissão sustentada em múltiplos continentes, como ocorreu com a Covid-19.
A nova variante, denominada Clado Ib, está se espalhando de forma mais eficaz, especialmente entre crianças na África Central. No entanto, cientistas ainda não compreendem completamente as razões por trás da maior transmissibilidade e mortalidade desta variante. O Brasil, por sua vez, mantém o risco avaliado como baixo, com apenas 709 casos e 16 mortes em 2024, todos relacionados a outras variantes do vírus.
No Brasil, a vacinação contra a mpox começou em março de 2023 para grupos específicos, incluindo pessoas vivendo com HIV/aids e profissionais de laboratório. A vacina utilizada, aprovada para uso emergencial pela Anvisa, foi adquirida através da Organização Pan-Americana da Saúde e continua a ser uma ferramenta crucial na prevenção de surtos maiores. A OMS reforça que, apesar da gravidade do surto na África, uma campanha de vacinação em massa no Brasil não é necessária no momento, a menos que a situação se agrave.
A mpox é uma zoonose viral transmitida aos humanos através de contato próximo com lesões cutâneas ou secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas incluem febre, dores no corpo, e erupções cutâneas. Apesar da gravidade, a doença geralmente se resolve sem a necessidade de tratamento específico, e vacinas desenvolvidas contra a varíola humana podem ser utilizadas para prevenção e tratamento. O nome “mpox” foi adotado pela OMS em 2022 para combater o estigma associado ao termo “varíola dos macacos”.
