Foto: Polícia Federal
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Operação Overclean: esquema milionário de desvio de recursos públicos é desmantelado

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Operação Overclean: esquema milionário de desvio de recursos públicos é desmantelado

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Na semana que antecedeu a Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (10), R$ 1,5 milhão em espécie foi apreendido em Brasília, supostamente destinado ao pagamento de propinas. O montante foi transportado em um voo particular de Salvador para a capital federal, evidenciando um esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e convênios direcionados a empresas e aliados de administrações municipais.

Os principais suspeitos são Alex Rezende Parente, empresário apontado como líder da organização criminosa, e Lucas Lobão Vieira, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia. Ambos utilizavam aeronaves para transportar dinheiro vivo e atuavam no direcionamento e execução de contratos superfaturados. Documentos apreendidos também revelaram contratos fraudulentos que somam mais de R$ 200 milhões, vinculados ao suposto “Rei do Lixo”, José Marcos Moura.

O esquema, em operação desde pelo menos 2021, teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão em recursos públicos, segundo a PF. A fraude incluía contratos superfaturados com órgãos como o DNOCS e práticas como corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Empresas de fachada, “laranjas” e manipulação de valores em espécie eram utilizados para ocultar a origem ilícita do dinheiro.

Relatórios fiscais identificaram movimentações financeiras incompatíveis, omissões de receitas e enriquecimento sem comprovação legal. A Allpha Pavimentações, uma das empresas dos irmãos Rezende, é um exemplo das irregularidades: fundada com um capital de R$ 30 mil em 2017, hoje é avaliada em R$ 16 milhões, após obter contratos milionários com o setor público.

Enquanto as investigações avançam, as defesas dos suspeitos alegam que ainda não tiveram acesso completo aos autos e prometem esclarecimentos. Prefeituras mencionadas no esquema afirmaram estar à disposição das autoridades, algumas já instaurando sindicâncias internas. Ao todo, 16 pessoas foram presas na Bahia, São Paulo e Goiás, mas as apurações ainda não estão concluídas, com penas que podem ultrapassar 50 anos de prisão para os envolvidos.