O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou que convidará Benjamin Netanyahu a visitar o país em resposta à ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o premiê israelense. Orbán afirmou que a decisão do tribunal é uma “decisão descarada” e que a Hungria não tem outra opção senão contestá-la. O líder húngaro, conhecido por seu apoio incondicional a Netanyahu, garantiu que, caso o premiê israelense visite a Hungria, a ordem de prisão não será cumprida.
Na quinta-feira (21), o TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu, seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, por crimes de guerra e contra a humanidade relacionados ao conflito em Gaza. A decisão gerou forte repercussão internacional, sendo considerada “escandalosa” pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. De acordo com a Corte, todos os 124 países signatários do tratado que criou o TPI são obrigados a cumprir tais mandados.
Embora a Hungria tenha ratificado o Estatuto de Roma, que criou o TPI, ela se recusa a seguir a decisão do tribunal, alegando que a obrigação de cumprir os mandados não se aplica ao país. O governo húngaro afirmou que, por questões constitucionais, não considera vinculativas as ordens do TPI, como aconteceu anteriormente com o presidente russo Vladimir Putin, a quem a Hungria se comprometeu a não entregar, caso ele visitasse o país.
Orbán, que atualmente preside a União Europeia, tem adotado uma postura de provocação diante de suas posições divergentes com os demais membros do bloco, especialmente em relação à Rússia e agora ao TPI. Sua visita a Moscou em julho, sem aviso prévio, e sua retórica sobre o direito internacional têm gerado tensões com seus homólogos europeus, que veem suas atitudes como uma forma de desafiar a ordem estabelecida na União Europeia.