Após a leitura da decisão que penalizou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes, os familiares das vítimas se abraçaram, demonstrando emoção com o resultado do julgamento. Logo em seguida, expressaram sua intenção de continuar a luta, desta vez visando a condenação dos mandantes dos crimes.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes, assim como o delegado Rivaldo Barbosa, supostamente o idealizador do crime, enfrentarão julgamento no Supremo Tribunal Federal. Antônio da Silva Neto, pai de Marielle, declarou no Tribunal de Justiça do Rio que a batalha da família “não termina aqui”.
Ágatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, destacou que as pessoas que estão sendo processadas no STF são ex-parlamentares e um ex-chefe de polícia. A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, afirmou após a condenação que continuará em busca de Justiça, desejando a responsabilização dos mandantes.
Seis anos, sete meses e dezessete dias após o crime, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou, nesta quarta-feira (30), os assassinos da vereadora e do motorista. O caso causou indignação em todo o Brasil e ainda gera repercussão internacional.
Ronnie Lessa, ex-policial militar e responsável pelos tiros disparados na noite de 14 de março de 2018, foi sentenciado a 78 anos e 9 meses de prisão. O também ex-PM Élcio Queiroz, que conduziu o veículo usado no ataque, recebeu uma pena de 59 anos e 8 meses. No entanto, como firmaram acordos de delação premiada, suas penas poderão ser diminuídas. O Ministério Público, que pleiteava 84 anos para cada um, anunciou que irá recorrer da decisão.