A Folha de Brasília apurou que, no núcleo duro do PL, crescem discordâncias sobre como reagir ao anúncio de sobretaxa de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros. Uma ala defende que Bolsonaro emita imediatamente um apelo formal a Trump, demonstrando firmeza e preocupação com o agronegócio; outra corrente recomenda cautela, sugerindo aguardar a articulação do Congresso para evitar um confronto direto que possa desgastar ainda mais o ex-presidente.
Fontes próximas a Eduardo Bolsonaro revelam diálogos acalorados: alguns acreditam que uma posição mais incisiva exporia Bolsonaro como verdadeiro defensor dos produtores, enquanto outros temem que isso penalize irreversivelmente seu capital político junto a setores moderados. Essa divisão interna reflete um dilema estratégico que vai além das tarifas, envolvendo o papel do partido no cenário internacional.
Cartas de entidades do agronegócio e petições online já estão sendo organizadas para pressionar o PL a tomar um posicionamento — mas ainda não há consenso sobre a data de divulgação nem o tom das reivindicações. A definição desse calendário poderá antecipar ou postergar o início da campanha eleitoral de 2026.
Operadores políticos entrevistados pela Folha de Brasília apontam que o desfecho desse impasse será um divisor de águas para o partido: optar pela ofensiva pode galvanizar o núcleo duro, mas afastar indecisos; optar pela espera, preservar apoios institucionais, mas frustrar simpatizantes mais radicais.
Folha de Brasília, da redação.
