Ataques terrestres em Kursk indicam uma mudança na dinâmica da guerra, que já se prolonga por dois anos. Apesar do tempo talvez prenuncie uma nova fase da guerra.
Não que as incursões ucranianas em território russo sejam uma novidade – elas ocorrem há mais de um ano, muitas vezes conduzidas por cidadãos russos que lutam pela Ucrânia com evidente apoio militar ucraniano, embora de maneira pública e não oficial.
A novidade está, ao menos segundo a Rússia, no fato de que desta vez o ataque foi realizado pelo exército regular ucraniano, representando uma rara e ousada iniciativa do alto comando ucraniano, que nos últimos 18 meses tem sido criticado principalmente por sua lentidão e excessiva cautela.
Diante disto, o presidente resolveu agir e o ataque a fronteiriça de Kursk surpreendeu as autoridades russas. Com isso, a Rússia convoca reservistas, declara estado de emergência e impõe restrições ao espaço aéreo após invasão de soldados ucranianos em cidade russa.
Segundo Volodymy, a Ucrania está agora levando a guerra para ”o território do agressor”. Na terça-feira, 6 de agosto, Kiev realizou um ataque surpresa além das fronteiras, avançando mais de 10 quilômetros dentro do território russo. De acordo com o governo russo, aproximadamente 76 mil pessoas foram evacuadas das áreas fronteiriças na região de Kursk. Esse é o ataque mais profundo em solo russo desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou, em fevereiro de 2022.