Durante sua participação na sessão plenária ampliada da XV Cúpula dos Brics, realizada nesta quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a criação de uma moeda destinada às transações comerciais entre os países do bloco terá o efeito de reduzir as vulnerabilidades dessas nações. Além do Brasil, o grupo é composto pela China, Índia, Rússia e África do Sul, que hospeda a cúpula deste ano.
Lula enfatizou: “Ao estabelecermos uma moeda para facilitar as transações comerciais e investimentos entre os membros do Brics, estamos fortalecendo nossas capacidades de pagamento e mitigando as fragilidades”, enquanto discursava na plenária.
O presidente também destacou que o interesse de outras nações em se associar ao Brics ressalta a crescente importância do bloco.
Lula dirigiu críticas aos modelos atuais de financiamento globais, que prejudicam os países em desenvolvimento, e ressaltou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics pode oferecer alternativas de financiamento mais apropriadas às necessidades dos países do Sul.
Ele ressaltou: “É inaceitável que os países em desenvolvimento se vejam sujeitos a taxas de juros até oito vezes mais altas do que as impostas aos países ricos. É imperativo aumentar a liquidez, ampliar o financiamento com condições favoráveis e abolir as imposições. O sistema multilateral de comércio deve ser revitalizado para funcionar novamente como uma ferramenta para um comércio justo, previsível, equitativo e sem discriminação. A descarbonização de nossas economias deve ser acompanhada pela criação de empregos decentes, industrialização, infraestrutura sustentável e serviços públicos para todos”, afirmou o presidente.
