Programa de tribunal de Justiça de Brasília ajuda pessoas endividadas

ipvaeiptuUm tribunal de Brasília resolveu ajudar pessoas endividadas. Eles criaram um serviço de atendimento personalizado para analisar as contas e as negociações com os credores.

“Quando eu fui ver a minha dívida estava em mais de R$ 100 mil. Quando eu me deparei com a situação que eu estava, corri onde eu tinha as dívidas e as portas estavam fechadas, então você não sabe o que faz. Você procura a solução e não encontra”, conta uma aposentada que não quer se identificar.

A aposentada ficou tão desesperada com o tamanho da dívida que precisou da ajuda de um psicólogo: “A maior culpada fui eu. Agora, eu tenho que pagar, porque eles colocaram bem claro pra gente. É uma necessidade ou um desejo e eu cheguei a conclusão que tudo era desejo”.

O atendimento a pessoas superendividas funciona em outros tribunais no país, mas em Brasília o programa é personalizado. Quem vai ao local é atendido sozinho. Primeiro, tem consultas com educadores financeiros e psicólogos. São funcionários do tribunal e voluntários.

Os devedores são como pacientes. Eles querem e precisam de ajuda e têm a intenção de pagar, por isso, são reeducados, aprendem a fazer planilhas de gastos e recebem ajuda para entender porque gastaram tanto.

As dívidas e contas do dia a dia são listadas: padaria, presente, mercado, cartão de crédito, prestação do carro. Diminuir os gastos não é fácil, mas é possível.

“Uma coisa é você chamar todos os credores para uma conciliação sem a pessoa se preparar, aí a chance de ter um acordo é muito menor nessas hipóteses. Então, a gente quer ter toda essa preparação prévia, a conciliação é o último passo . A gente já teve casos inclusive que nem chegou na conciliação aqui no Tribunal, a própria pessoa  procurou seus credores e  conseguiu renegociar sua dívida”, afirma a juíza responsável pelo programa.

O militar Alex Sandro foi até o Tribunal porque quando o salário dele entra, o banco desconta tudo. A dívida dele é 20 vezes maior do que o orçamento. “O banco do qual eu recebia salário, descontava tudo, então eu fiquei zero, fui vivendo só de favores”, relata.

Mesmo o caso dele tem jeito e vai ser resolvido em uma audiência conciliação com as empresas que ele está devendo. “Daqui pra frente é uma nova vida. Eu conseguindo conciliar com meus credores, é um novo método de viver. Agora, coisas desnecessárias são coisas desnecessárias, cada coisa no seu lugar”, diz Alex.

Fonte: Globo