Em assembleia no fim da tarde desta segunda-feira (13), os rodoviários rejeitaram a proposta feita pela Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) de renovar os itens do acordo coletivo assinado em 2013 e decidiram manter a greve iniciada ontem.
Os 103 motoristas, 92 cobradores e 46 funcionários que trabalham na manutenção dos veículos reivindicam, entre outras coisas, aumento de 20% nos salários e 50% no tíquete-alimentação, extensão do plano de saúde aos familiares e reconhecimento do direito de herdeiros — para que eles recebam benefícios caso o empregado tenha pedido demissão voluntária e morra antes de se desligar da TCB.
As demandas da categoria foram ouvidas na sexta-feira (10), quando o diretor da empresa, Jean Marcel Fernandes, disse aos trabalhadores que o governo está impossibilitado de fazer reajustes econômicos porque atingiu o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal com gastos de pessoal — de 46,55%. “Nossas ideias estão relativamente alinhadas, e queremos resolver o problema, mas não há como conceder o reajuste salarial por enquanto”, explica.
Na reunião, o governo propôs a renovação do acordo coletivo. O documento tem validade de dois anos. O último foi assinado em 2013 e incluía carga horária de seis horas diárias, plano de saúde no valor de R$ 184, tíquete-alimentação de R$ 860, empréstimo de férias no valor de até um salário pago em 10 vezes sem juros e auxílio-creche de R$ 330.
Protesto
Representantes do Sindicato dos Rodoviários posicionaram-se em frente à sede da TCB, no Setor de Garagens Oficiais Norte, e impediram a entrada dos 55 funcionários que trabalham na área administrativa. Com a paralisação dos ônibus, cerca de 18 mil passageiros estão desassistidos. A empresa estuda a possibilidade de entrar na Justiça para que o serviço seja retomado com o porcentual mínimo necessário.
A TCB conta com 33 ônibus em 14 linhas, como as que atendem as áreas rurais do Paranoá e de Planaltina e as executivas do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek para os Setores Hoteleiros Norte e Sul e do Sudoeste para a Esplanada dos Ministérios.
Pioneira
Por um breve período na manhã desta segunda-feira (13), a empresa Pioneira também interrompeu os serviços. Os rodoviários pediram a inclusão de cobradores nos veículos do Expresso Sul (que liga Santa Maria e Gama ao Plano Piloto). Segundo a Secretaria de Mobilidade de Brasília, a mudança não está prevista, porque que os veículos possuem validadores e só param nos terminais.
Com uma frota de 640 ônibus, a Pioneira atende usuários de nove regiões administrativas: Candangolândia, Gama, Itapoã, Jardim Botânico, Lago Sul, Paranoá, Park Way, Santa Maria e São Sebastião. Representantes da empresa informaram que os ônibus e o BRT Sul voltaram a rodar às 11 horas.
Fonte: Agência Brasília