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Sete hábitos que ajudam a conviver melhor com gastrite - Folha de Brasília

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Sete hábitos que ajudam a conviver melhor com gastrite


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Sete hábitos que ajudam a conviver melhor com gastrite

“Aquela dor no estômago que não passa, que comendo ou não aparece e acaba com o dia.” Esta descrição é bastante comum para quem sofre de gastrite – que é uma inflamação, infecção ou erosão do revestimento do estômago. A comida, a bebida, os temperos, o trabalho e até os pensamentos podem piorar ou melhorar os sintomas da gastrite. Confira sete dicas para passar pelas crises de gastrite e evitá-las:

Pratique exercícios para aliviar o estresse

O estresse é um importante fator desencadeante da gastrite. Contudo, 30 minutos de exercícios três vezes por semana já são suficientes para verificar os benefícios na redução do estresse. “Segundo estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Maryland, o exercício moderado ajuda as pessoas a lidar com a ansiedade e estresse por um longo período de tempo pós-treino, ajudando a amortecer os efeitos da exposição emocional. Ou seja, se você se exercita, não irá somente reduzir a ansiedade, mas terá mais condições de controlá-la quando confrontado com eventos que causam estresse”, explica o psiquiatra Pérsio Gomes de Deus. De acordo com o especialista, os exercícios aeróbicos são os melhores para se espantar a tensão, mas é muito importante ter uma avaliação médica das condições cardiopulmonares e osteomusculares antes de começar as atividades.

Faça refeições balanceadas

Cuidar da alimentação sempre é muito importante, mas para quem tem gastrite é essencial, uma vez que os alimentos e a dieta balanceada são importantes para evitar complicações graves. “A gastrite pode piorar para uma forma erosiva, ulcerada, causando sangramento do estômago – com vômitos sanguinolentos – e até perfuração do estômago”, diz André Ibrahim David, coordenador do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São Paulo. Logo, a dieta balanceada funciona para que não se sobrecarregue o estômago de nenhuma maneira.

Abuse de alimentos que ajudam na digestão

Os alimentos que são mais facilmente digeridos pelo estômago ajudam indiretamente no tratamento da gastrite, “uma vez que eles aumentam o PH do estômago, diminuem a acidez gástrica e não forçam o estômago a trabalhar muito”, explica o gastroenterologista David. Dentre os alimentos que ajudam na digestão estão as frutas não ácidas, como a laranja lima, banana, maçã, mamão e pera, uma salada leve e sem muito tempero, couve, iogurte desnatado com probióticos, biomassa de banana verde, carnes magras, como as de peixe e frango e, no caso da carne vermelha, que esteja sem a capa de gordura e com poucas enervações. Outra dica é “tomar chá de alecrim ou hortelã 30 minutos antes de dormir, pois eles diminuem a acidez e a azia, ajudando na digestão; e o suco de aloe vera, que tem alto poder cicatrizante, ou seja, se a pessoa tem uma ferida ou úlcera estomacal ele ajuda a cicatrizar”, diz Marcela Voris, médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Lembre-se que é preciso comer a cada três horas para não ocasionar a piora dos sintomas.

Selecionar bem os temperos

O excesso de sal está relacionado a diversos problemas de saúde, como a hipertensão e a retenção hídrica que, na “questão da digestão, aumenta o estimulo do esfíncter esofagiano, fazendo com que se tenha mais azia e queimação, o que podem piorar os sintomas da gastrite”, explica Marcela. A especialista recomenda fazer um tempero verde, uma mistura de salsinha e cebolinha com sal light – que tem uma quantidade reduzida de sódio. Também pode usar o sal iodado e o sal rosa, que em menores quantidades salgam mais o alimento, em comparação com o sal convencional. Já os temperos apimentados devem ser evitados uma vez que eles, sendo termogênicos, estimulam a mucosa gástrica, o que pode causar irritabilidade.

Atenção para a preparação das carnes

As carnes normalmente demoram para serem digeridas, fazendo com que o esvaziamento gástrico fique mais lento, o que pode acabar piorando os sintomas da gastrite. Por isso, vale a dica dos especialistas de escolher sempre carnes magras, com poucas gorduras, e prepará-las grelhadas, cozidas ou assadas – jamais fritas. Também prefira as versões sem molhos ou óleos para ajudar na digestão. Além disso, “mastigar bem a carne, comer devagar, é essencial para facilitar o trabalho do estômago e ajudar no esvaziamento gástrico”, diz o gastroenterologista David.

Cuidado com o leite

O leite, principalmente a versão integral, é uma verdadeira armadilha para quem tem gastrite. “Ele dá uma sensação de melhora no momento que você toma, mas como o leite é muito rico em cálcio, acaba estimulando a produção de ácido do estômago e com isso o paciente tem uma piora depois de ter melhorado um pouco”, afirma David. Os sintomas podem aparecer com qualquer quantidade de leite porque, dependendo do grau da gastrite, mesmo uma pequena porção pode desencadear os sintomas.

Medicamentos x Automedicação

A medicação para gastrite deve ser indicada após o diagnóstico do problema, que é feito pela história e quadro clínico, exame físico e confirmado por endoscopia. “O tratamento dura de dois a três meses, dependendo do grau da gastrite, e o remédio pode ser administrado de uma a duas vezes por dia. Depois deste período, o médico poderá solicitar uma nova endoscopia e recomendar que o paciente utilize uma dose menor da medicação, para manutenção”, afirma David. Além disso, durante a endoscopia será investigada a presença de uma bactéria, a Helicobacter pylori, pois ela está relacionada à formação de úlceras estomacais e precisa ser tratada com antibióticos. “É importante lembrar que a gastrite é uma lesão prévia e eventual que se persistir pode virar uma úlcera”, alerta o gastroenterologista. E justamente por isso a automedicação é tão perigosa, por mascarar os sintomas de um paciente que pode ter uma úlcera. “Por vezes é necessário fazer uma biópsia nesta úlcera, pois ela pode ser um tumor, que precisa de tratamento cirúrgico e, se não tratado, pode ter complicações como a metástase”, completa.

Fonte: minhavida