Imagem de Vênus captada pela sonda especial da Nasa Mariner 10 na década de 1970 / NASA/JPL-Caltech
Imagem de Vênus captada pela sonda especial da Nasa Mariner 10 na década de 1970 / NASA/JPL-Caltech

Sinais potenciais de vida em vênus: fosfina e amônia levantam novas questões

Recentemente, novas observações sobre a atmosfera de Vênus trouxeram à tona possíveis sinais de vida. Há quatro anos, a detecção de fosfina nas nuvens de Vênus causou um grande debate, uma vez que na Terra esse gás é associado à presença de organismos vivos. Embora as observações iniciais tenham sido contestadas, a mesma equipe que fez a descoberta original apresentou novos dados na reunião da Royal Astronomical Society, realizada em Hull, na Inglaterra, em 17 de julho.

Os novos dados indicam uma evidência ainda mais robusta da presença de fosfina nas nuvens do planeta, uma descoberta que poderia apontar para processos biológicos não compreendidos. Com a ajuda de um novo receptor no Telescópio James Clerk Maxwell no Havaí, a equipe conseguiu coletar 140 vezes mais dados do que nas observações anteriores, reforçando a detecção de fosfina.

Além disso, uma equipe separada revelou a presença de amônia, o que poderia ser ainda mais significativo, segundo Dave Clements, professor de astrofísica. A amônia, como a fosfina, pode ser produzida por processos biológicos e é intrigante devido às condições atmosféricas extremas de Vênus. A presença desses gases, inesperada para um planeta com uma atmosfera dominada por ácido sulfúrico, sugere a possibilidade de processos químicos ou biológicos desconhecidos.

Apesar da empolgação com as novas descobertas, os cientistas, como Javier Martin-Torres e Kate Pattle, alertam para a necessidade de ceticismo. Eles enfatizam que, embora esses resultados sejam promissores, ainda são preliminares e requerem mais investigação. Missões futuras a Vênus, como o Jupiter Icy Moons Explorer e o DAVINCI, poderão oferecer respostas mais definitivas sobre a química e a possibilidade de vida no planeta.