Escolhido para comandar a seleção brasileira depois da saída de Dunga, em julho de 2010, o técnico Mano Menezes viu a presidência da CBF trocar de mãos durante sua passagem. Saiu Ricardo Teixeira e entrou José Maria Marin. Sua passagem acabaria em 23 de novembro de 2012, dois dias depois de conquistar o Superclássico das Américas.
Convidado do “Bem, Amigos!” nesta segunda-feira, Mano lembrou da sua demissão e declarou que foi desrespeitado por Marin, hoje preso na Suíça, a pedido da Justiça dos Estados Unidos.
– Na hora foi duro, lógico. Quando eu entro em um trabalho, entro de cabeça. E não poderia ser diferente, era a seleção brasileira. Quando houve a troca da presidência, com a saída do Ricardo Teixeira e a entrada do Marin, nós tivemos uma reunião. Eu sentei diante do presidente e falei que técnico era um cargo de confiança. Eu entendia o direito dele de escolher outro profissional para o meu lugar. Eu tinha sido escolhido pelo outro presidente. A única coisa que eu queria dele é que ele fizesse com respeito. Foi a única coisa que ele não teve. Isso me machucou, me magoou como profissional – disse Mano Menezes.
O técnico afirmou que entendia a escolha por Luiz Felipe Scolari, com Carlos Alberto Parreira como coordenador, para a Copa do Mundo de 2014. No entanto, voltou a dizer que não houve respeito. O treinador foi comunicado da decisão por Andrés Sanchez, na época diretor de seleções.
– Tem muita coisa envolvida em uma decisão como aquela e nós já somos bem grandinhos para saber. Existia um pouco de apelo popular pela troca. O torcedor não via ainda no trabalho a segurança de ganhar a Copa no nosso país. Era o grande pesadelo perder a segunda Copa dentro de casa. A escolha mais tranquila era Felipão e Parreira, campeões do mundo. Eu entendo. Mas não precisava ter feito da forma que foi, encontrando coisas para desrespeitar o profissional que estava saindo.
Mano Menezes comandou a Seleção em 33 partidas, conseguiu 21 vitórias, seis empates e ainda perdeu seis vezes.
Globo Esporte
foto; Lance Net