A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura suspeitas de manipulação financeira e desvio de recursos ouviu, nesta terça-feira, um depoente que admitiu conhecer integrantes do grupo investigado, mas evitou esclarecer a origem e o destino de milhões de reais movimentados em suas contas. A sessão, marcada por tensão e repetidos pedidos de esclarecimento, ocorreu no Senado e teve transmissão oficial da Agência Senado.
Durante o depoimento, parlamentares pressionaram o investigado sobre transações consideradas atípicas pelos relatórios de inteligência financeira. Apesar de confirmar vínculos pessoais e profissionais com alguns dos investigados, o depoente afirmou não poder dar detalhes sobre as operações financeiras, alegando sigilo contratual e orientação jurídica para não comentar assuntos específicos. A postura gerou irritação entre os membros da CPI, que apontaram contradições e evasivas.
Senadores destacaram que as movimentações financeiras ultrapassam a casa dos milhões, envolvendo repasses consecutivos, empresas de fachada e contas de terceiros, como indicado nos documentos recebidos pelo colegiado. Mesmo diante das evidências apresentadas, o depoente se limitou a declarações superficiais, reforçando o mistério sobre a finalidade dos valores e a participação de cada envolvido no possível esquema.
Com a falta de explicações, parlamentares já articulam novas convocações e a quebra de sigilos bancário e fiscal do depoente, bem como de empresas associadas a ele. A CPMI segue analisando documentos, depoimentos e dados financeiros enviados por órgãos de controle, na tentativa de esclarecer a estrutura e a profundidade do suposto esquema de lavagem e desvio de recursos públicos.
Da redação, Folha de Brasília
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado







