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Spider apaga sparring em treino e fala dos remédios: “Ia acabar me viciando”

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Spider apaga sparring em treino e fala dos remédios: “Ia acabar me viciando”

img_3317_1Aos 26 anos ele pensava em investir em lavar carros nos Estados Unidos. Foi quando recebeu uma luz, um amigo. Cinco anos depois do incentivo de Rodrigo Minotauro para não desistir de lutar, Anderson Silva conquistou seu primeiro cinturão no UFC na categoria peso médio. Venceu de forma arrasadora, ainda no primeiro round, o norte americano, então atual campeão, Rich Franklin. Depois disso, foram 17 vitórias seguidas e 10 defesas de título consecutivas. Assim se tornou lenda no MMA como o maior vencedor do UFC. Sua rotina de vitórias foi interrompida no dia 6 de junho de 2013, quando foi nocauteado pelo americano Chris Weidman e perdeu o cinturão. Na revanche, em dezembro, fraturou a canela ao chutar o adversário e está há mais de um ano inativo. Recuperado e pronto para lutar novamente no dia 31 de janeiro, contra Nick Diaz, Spider abriu a casa e disse em entrevista ao Esporte Espetacular que não teme reencontrar o rival na busca pelo título, e sentiu na pele que ainda não conhecia dor de verdade.

Achava que eu estava acostumado com a dor, mas não estava, não. Espero que eu não tenha mais nenhuma experiência com dor. Não desejo pra ninguém! Uma dor horrível! Péssima. Agora eu estou bem, mas foram meses de muita dor. Muita dor! Dor mesmo! Tinha um monte de antibiótico muito forte que eu tomava e acabava a dor. Eu comecei a tomar, acabava. Quando estava sem dor, já estava querendo tomar remédio de novo, e aí eu decidi parar de tomar. Não fiquei viciado, mas senti que, como eu estava depressivo e mal de cabeça, o remédio me deixava meio sonolento. Decidi parar de tomar o remédio porque se não eu ia acabar me viciando. Parei de tomar o remédio e enchia a banheira de gelo. Ficava com dor, botava gelo. Dor? Gelo! Dor? Gelo! Aí fiquei melhor assim – lembrou Spider.

Os degraus que Anderson subiu até chegar ao sucesso, e os que ainda continua subindo para recuperar seu alto nível de luta, tem nome: família. Com a lesão, Spider teve a oportunidade de ficar mais perto dos filhos e da esposa, com quem está há mais de 20 anos. Eles foram a base para superar a depressão e voltar a treinar. Motivado a ser dono do cinturão dos pesos médios novamente, o brasileiro não pensa em parar, e Chris Weidman pode estar no caminho.

cho que é uma coisa que o tempo vai dizer. Se eu conseguir me credenciar de novo para disputar uma luta pelo título, e o Weidman estiver no caminho e eu tenha que enfrentá-lo, vou enfrentá-lo sem problema algum. Eu acho que tenho mais um tempo para poder fazer o que eu amo, o que eu gosto dentro desse esporte. A competição! Isso que move a gente: é a competição! –  disse.

Os treinos para garantir que a canela esquerda não falhe na hora certa estão indo bem. Anderson chuta com vontade e sem medo. Durante uma das lutas no treinamento, Anderson acertou uma joelhada no rosto do sparring, que apagou. Tudo para reproduzir exatamente a tensão e a intensidade do combate de verdade.

– Tentar reproduzir o corpo do adversário, a forma como ele se move, como ele anda. E sempre tentando levar a exaustão ao extremo. Essa é a meta – afirmou o treinador Ramon Lemos.

Para afiar sua especialidade, o Muay Thay, Spider mandou buscar na Tailândia uma referência no assunto. O ex-campeão mundial de boxe tailandês, Kop Pako.

Até Gabriel Silva entrou na lista dos adversários de Anderson. O filho, de apenas 17 anos, que também sonha ser lutador como o pai, fala do sentimento de poder aprender com o maior campeão da história do UFC.

– É um privilégio muito grande. Porque eu, como lutador, ter um pai como ele é uma coisa sensacional. A lição que ele passa para mim é uma oportunidade e um privilégio muito grande. Sou grato por isso –  disse Gabriel.