Os últimos desdobramentos e novidades no caso dos funcionários do GDF que pleiteiam junto a Câmara Legislativa a retirada da obrigatoriedade de suas folhas de pagamento da “carteira” do BRB (Banco de Brasília).
No último dia 19, foi convocada uma reunião na CLDF para que junto com políticos como, a deputada Telma Rufino e o deputado Wellington Luiz que propuseram e apoiam a causa, servidores de várias áreas do GDF pudessem relatar e requerer junto a casa através de votação, a aprovação da PELO 35/2016 (Proposta de Emenda à Lei Orgânica) que em seu principal intento deseja que esses funcionários possam receber seus salários através de qualquer instituição financeira que escolham, e não mais obrigatoriamente através BRB (Banco de Brasília). Através das redes sociais cerca 2 mil pessoas se comunicavam e pediam a máxima adesão possível ao movimento e com o passar dos dias e a proximidade do evento, se diziam confiantes tanto na presença maciça dos servidores e dos sindicatos de classe, quanto na aprovação da emenda, chegando em algumas postagens a comemorarem o feito.
A comissão geral, foi transferida de última hora do plenário para o auditório da CLDF e em uma reviravolta surpreendente o que se viu foi uma grande mobilização e adesão dos bancários e demais representantes da classe. E esses sim, lotaram o auditório, já funcionários do GDF auto intitulados “super endividados”, foram pouquíssimos. Ao início da sessão os deputados propositores da ação estavam presentes para fazer suas exposições de motivos e defender a causa. Mas eles não foram os únicos, estiveram presentes falando na tribuna também, os Deputados Distritais, Raimundo Ribeiro, Chico Leite, Rodrigo Delmasso, Chico Vigilante, Bispo Renato e até a presidente da CLDF deputada Celina Leão e o Deputado Federal Roney Nemer. A composição da mesa ainda contou com o presidente do BRB Sr. Vasco Cunha Gonçalves, com a Sra. Elied Oliveira, líder do movimento (“Servidores do GDF Reféns do BRB – BASTA”) e demais representantes dos sindicatos a favor da emenda.
As surpresas continuaram e o ponto alto se deu, quando discurso após discurso os deputados, alguns até aparentemente simpáticos a emenda como o deputado Chico Leite, se mostraram no decorrer da reunião, unânimes em declarar suas posições contrárias a PELO. Pois, em sua maioria concluíram que o BRB é uma instituição, patrimônio de Brasília e de seus cidadãos, que traz desenvolvimento e sustentabilidade à economia da capital e sendo assim, não deve ser degradada com propostas como essa, que afetam sua saúde financeira. Muitas vezes citaram frases do tipo: “Não adianta resolver um problema criando outro, resolver a questão dos super endividados e enfraquecer o banco!” ou ainda, “Não estamos aqui para quebrar o banco!” como foram as declarações do deputado Rodrigo Delmasso e da Deputada Celina Leão respectivamente.
Assim seguiram as discussões, intercaladas entre lideranças contra e a favor da questão, ficando clara a clássica situação, “dois lados de uma mesma moeda”. Se por um lado a situação dos endividados é grave uma vez que, oportunamente com a palavra a Sra. Elied Oliveira, servidora do GDF e líder do movimento dos “reféns do BRB”, relatou a todos os presentes, que membros do grupo que lidera, conhecidos e desconhecidos tem passado por situações dramáticas envolvendo problemas familiares e de saúde, sob a alegação de estarem a cada mês um pouco mais sem condições mínimas de subsistência por estarem com dívidas de médio à grande porte com a instituição. Afirmou ainda: “Que pelos critérios do banco, correntistas com até 60% dos seus rendimentos retidos não se encaixam na condição de “super endividados” ficando de fora dos programas de renegociação e recuperação de créditos já implementados pelas agências. E que por isso, surgiu a ideia e a vontade de lutar pela retirada das folhas de pagamento do GDF do BRB (Banco de Brasília).
Já o Sr. Eduardo Miranda, funcionário e um dos delegados sindicais do BRB, em entrevista exclusiva à Folha disse que, o banco além de estar normalmente operando seus programas de recuperação de créditos, por meio do qual o banco chama o endividado para um dia de curso de reeducação financeira realizada pelos funcionários da GEDEP (Gerencia de desenvolvimento de Pessoas), e depois fazem as renegociações das dívidas desses servidores, também não se abstêm de fazerem negociações com os devedores que tem menos de 65% de suas pecúnias comprometidas com empréstimos e outras contas, como as de cartões de créditos ligados a instituição, como alegam muitos dos favoráveis à PELO 35/2016 mas, que apenas são aplicadas taxas e prazos diferenciados para os casos onde a proporção da dívida em relação ao salário do funcionário público é de até 60%.
Ao final da comissão ainda distantes da solução definitiva dos debates, mesmo com uma aparente vitória dos bancários pela retirada da pauta, sobraram indefinições sobre a aprovação ou não da proposta mas, os propositores da ação ainda se articulam, prometendo chamar muita atenção para situação dos endividados. É tanto, que hoje 25/05 mais uma vez através da redes sociais o grupo tenta se organizar e fez novo chamamento aos funcionários do GDF endividados, e também a todos que se dizem indignados em não poderem ter suas contas salário vinculadas a instituição financeira de livre escolha pessoal, para audiência pública na CLDF no próximo dia 10/06 às 15hrs para novas discussões, desejosos de que dessa vez, a adesão por parte dos pleiteadores seja maior do que a de funcionários do banco. Estando, bancários e “super endividados” de lados opostos mas, totalmente empenhados e atentos, segundo a segundo aguardam novos desdobramentos da questão.
Por, Aline Diniz
Colunista/Jornalista da Folha de Brasília.