No coração da Amazônia, o Ibama enfrenta uma perda devastadora com a descoberta do corpo carbonizado de Uellinton Lopes dos Santos, brigadista de 39 anos, na região da Terra Indígena Capoto Jarina, a quase 700 km de Cuiabá. Santos desapareceu enquanto combatia o fogo que assolava o território indígena, sendo encontrado a apenas 1 km de uma linha de defesa contra as chamas, em um cenário desolador que ressalta os perigos enfrentados por esses heróis anônimos.
A situação na Terra Indígena Capoto Jarina atingiu um ponto crítico, com uma área estimada em 635 mil hectares, maior que o Distrito Federal, a região tem 42 brigadistas em ação, incluindo indígenas. O pedido de reforços ao Ibama reflete a urgência da situação, com a necessidade premente de mais recursos para controlar os incêndios que consomem a preciosa floresta amazônica.
Com a vastidão da área coberta pelas chamas e o céu encoberto pela fumaça resultante. Este ano, os incêndios se propagaram de forma precoce, surpreendendo as expectativas de pico em setembro. Em um vídeo comovente, Megaron Txucarramãe, sobrinho do Cacique Raoni, faz um apelo desesperado por ajuda, destacando a gravidade da situação e a necessidade de ações imediatas para conter a destruição.
A tragédia que se abate sobre os brigadistas ganha ainda mais peso ao se considerar que este é o segundo incidente fatal este mês em Mato Grosso relacionado a incêndios de grandes proporções. Paulo Henrique Pereira Souza perdeu a vida em um incêndio próximo à BR-163, enquanto Edson Genovêz faleceu no Pantanal, em circunstâncias igualmente trágicas. A estiagem severa e a baixa umidade do ar contribuem para a propagação desses incêndios, alertando para a necessidade urgente de medidas mais eficazes de prevenção e combate a incêndios florestais.
