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Trump reduz Brasília, mas revela sua própria cegueira estratégica

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Trump reduz Brasília, mas revela sua própria cegueira estratégica

A recente crítica direcionada a Donald Trump por sua “visão cega” e “chocha” sobre Brasília escancara uma realidade incômoda: a capital brasileira continua a ser tratada como figurante no tabuleiro internacional, quando deveria ser protagonista. Trump, ao minimizar o papel político e econômico da cidade, repete o velho erro de enxergar a América Latina como periferia descartável, sem entender as dinâmicas próprias que movem a região.

Essa postura não é apenas ignorância estratégica, mas também reflexo de uma visão imperialista ultrapassada, que insiste em reduzir o Brasil a mero fornecedor de commodities e palco de instabilidade política. Brasília, com todos os seus problemas, continua sendo o centro decisório de um país continental e uma das maiores democracias do mundo. Subestimar esse papel revela não apenas descuido diplomático, mas uma perigosa miopia geopolítica.

O problema, contudo, não se limita a Trump. A crítica serve de espelho também para a elite política brasileira, muitas vezes refém de visões externas e incapaz de construir uma agenda própria de soberania. Se a capital é vista como “chocha”, é porque Brasília ainda não conseguiu projetar para fora uma imagem de força e liderança compatível com seu tamanho. Mais do que responder a Trump, cabe ao Brasil decidir se continuará sendo coadjuvante ou se assumirá, de fato, o lugar de potência que o mundo insiste em negar.

Folha de Brasília, Da redação.

Foto: JIM LO SCALZO/EFE