Foto: ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: ESTADÃO CONTEÚDO

Ventos fortes e turbulência: fatores decisivos na queda do avião da voepass em vinhedo (SP)

Os ventos intensos provindos da Amazônia parecem ter sido determinantes no trágico acidente envolvendo o avião da Voepass em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), conforme revela um estudo conduzido pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal do Alagoas (Ufal). A análise aponta que o modelo ATR 72-500 enfrentou turbulência ao longo de toda a rota, com pressões significativas principalmente no lado esquerdo da aeronave, onde o piloto se encontrava, resultando em uma mudança de curso em direção a Guarulhos.

Segundo Humberto Barbosa, meteorologista e fundador do Laboratório Lápis, a aeronave, após passar por uma longa turbulência, enfrentou ventos intensificados e chuva nas proximidades de São Miguel do Arcanjo (SP), o que pode ter contribuído para a perda de potência antes da queda. A exposição a rajadas de vento mais fortes durante uma curva próxima a Vinhedo, somada às correntes de vento em altitudes elevadas, pode ter levado à perda de sustentação ou danos estruturais.

O estudo revela que a aeronave entrou em um estado de “estol” ao mergulhar contra os ventos frontais vindos do oeste para recuperar impulso, momento em que perdeu sustentação e culminou na queda. A pesquisa, que detalhou as condições meteorológicas minuto a minuto ao longo da rota, destaca que o avião enfrentou turbulência constante desde o início até o fim do trajeto, passando por fases críticas que incluíram áreas com formação de gelo, nuvens precipitantes e ventos intensos, minutos antes do acidente, resultando em uma perda significativa de velocidade e estabilidade.

Com base nas informações coletadas e analisadas, o estudo ressalta que o voo da aeronave da Voepass enfrentou condições desafiadoras, com múltiplos momentos críticos durante a jornada de Cascavel até a região Metropolitana de Campinas (SP). A combinação de turbulência persistente, condições meteorológicas adversas e ventos fortes parece ter contribuído de forma crucial para o desfecho trágico que culminou na queda do avião em Vinhedo.