O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou nesta terça-feira (27) que a resolução do conflito com a Rússia deve ser alcançada através de negociações, mas ressaltou que Kiev precisa estar em uma posição vantajosa para isso. Ele revelou que apresentará um plano ao presidente dos EUA, Joe Biden, e a seus possíveis sucessores, Kamala Harris e Donald Trump, para tratar do término da guerra.
Em uma coletiva de imprensa, Zelensky explicou que a recente incursão de Kiev na região russa de Kursk, em curso há três semanas, faz parte desse plano estratégico, que também abrange medidas econômicas e diplomáticas. Ele destacou que o objetivo principal é pressionar a Rússia a encerrar o conflito de uma maneira justa para a Ucrânia. Contudo, não forneceu detalhes adicionais sobre os próximos passos.
O presidente ucraniano mencionou que planeja viajar aos Estados Unidos em setembro para a Assembleia Geral da ONU em Nova York e se encontrar com Biden. Seus comentários sugerem que ele vê uma cúpula internacional sobre a paz como o principal espaço para negociações, embora a primeira cúpula promovida por Kiev em junho na Suíça tenha excluído a Rússia, apesar dos esforços de Kiev para engajar o Sul Global.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou em 19 de agosto que as negociações estavam fora de cogitação após a Ucrânia iniciar uma grande ofensiva na região de Kursk. O primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que visitou Kiev na semana passada, conversou com o presidente russo Vladimir Putin e expressou apoio para uma solução pacífica rápida para o conflito.
Zelensky foi firme em afirmar que não pode haver concessões com Putin, que deseja que qualquer acordo comece com a aceitação da Ucrânia da “realidade no terreno”, o que implicaria na permanência russa em partes substanciais do território ucraniano, incluindo a Crimeia. O líder ucraniano também destacou que Kiev continua a avançar na produção nacional de armamentos, incluindo um novo míssil balístico produzido localmente.