Uma operação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), nesta terça-feira (8), apreendeu mercadorias e derrubou três lojas de material de construção no Assentamento 26 de Setembro, às margens da DF-001, entre Taguatinga e Brazlândia. Em um dos estabelecimentos, os produtos foram recolhidos pelos fiscais. Em outro, o proprietário retirou tudo antes da demolição, e o terceiro estava vazio.
No início da manhã, alguns moradores da região fizeram protesto, atearam fogo em pneus e chegaram a bloquear a pista, na altura do km 86 da rodovia. O trânsito precisou ser desviado para a BR-070 por aproximadamente duas horas. A população alega que está no local há aproximadamente 20 anos. De acordo com a Agefis, as construções estão em área de relevante interesse ambiental, que não pode ser ocupada por residências nem por comércio.
A diretora-presidente da agência, Bruna Pinheiro, destaca que a área, ao lado da Floresta Nacional, é de interesse ambiental — com uma parte voltada à preservação de mananciais — e não poderá ser urbanizada. “A ocupação na região do Assentamento 26 de Setembro cresce cerca de 100% ao ano”, informa. “Nosso objetivo é paralisar esse crescimento desordenado e irregular e coibir principalmente quem incentiva novas construções, como esses estabelecimentos que foram derrubados.”
Outras apreensões
Nessa segunda-feira (7), os fiscais estiveram na região e apreenderam materiais de construção em uma terceira loja. A edificação seria derrubada, mas a ação foi impedida devido a uma decisão judicial. Segundo a fiscalização, o dono da quarta loja tentou descaracterizá-la, retirando produtos e colocando faixas para que ela se parecesse com um templo religioso.
O material apreendido nas operações desta segunda e terça-feiras foi encaminhado para o depósito da agência, no Setor de Indústria e Abastecimento.
Grilagem
De acordo com a Agefis, todas as construções no Assentamento 26 de Setembro são recentes e foram erguidas depois de julho de 2014. Ainda conforme a agência, a área rural de 997 hectares tem despertado grande interesse em grileiros, que fracionam chácaras e comercializam lotes.
Agência Brasília