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Após acidente que resultou na morte de seis pessoas, comportamento da PM é questionado

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Após acidente que resultou na morte de seis pessoas, comportamento da PM é questionado

A atitude da Polícia Militar do Distrito Federal durante o acidente que resultou na morte de seis pessoas na madrugada do último domingo, na BR-020, próximo a Formosa (GO), está sendo questionada após a divulgação de um vídeo do momento da colisão. Na gravação, enquanto uma das vítimas ainda agonizava no chão, é possível ouvir os militares dizendo “morre com dignidade”, “não chora não, assume o papel de homem” e “você não rouba os outros?”. O Centro de Comunicação Social da PMDF, no entanto, afirma não tinha conhecimento das imagens, mas que a corregedoria  vai investigar a situação e tomar as providências a partir de hoje.

Os familiares prometem fazer uma manifestação na BR-020, na passarela em frente ao Condomínio Mestre D’Armas, na manhã de hoje, por volta das 6h30.

Fuga

O acidente aconteceu depois que um carro com cinco jovens, um Fiat Siena roubado e com placa clonada, em fuga após uma abordagem policial, perdeu o controle e bateu de frente com um Cross Fox, onde estava apenas o condutor, que também morreu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo perseguido foi roubado em Valparaíso (GO), na Região Metropolitana do DF, no dia 5 de fevereiro. A delegacia de Formosa investiga o caso.

A conduta dos policiais, no entanto, deixou os familiares das vítimas revoltados. Isso porque eles garantem que das cinco pessoas que estavam no carro roubado, quatro eram inocentes, inclusive o que aparece no vídeo com vida, o menor Wellington de Santana Ferreira, 12. De acordo com o motoboy Siginaldo Souza Alencar, 34, pai de Carlos Henrique Ribeiro, 15, um dos jovens mortos, o dono do carro era um homem, chamado Gabriel, com várias passagens pela polícia, diferentemente dos demais.

Caio Jhonatan Ferreira Ribeiro, 17, e David Matos de Negredo, 18 também estavam no carro. David foi levado para o Hospital de Base, mas também não resistiu aos ferimentos, enquanto todos os outros envolvidos morreram no local.

Prestação de socorro

Segundo   Siginaldo Souza,   pai de um dos rapazes mortos, a PM deixou de cumprir com o seu papel. “É dever da polícia prestar socorro e evitar mortes, mas não foi isso que ela fez. Pelo contrário, ficaram brincando com a situação enquanto o Wellington agonizava no chão, além de tratarem todos  como bandidos. Estou sentindo a maior dor do mundo, os quatro eram amigos e pessoas de bem”, desabafa.

De acordo com Siginaldo, testemunhas disseram que os jovens estavam em uma festa próximo ao posto do Itiquira, na Estância Mestre D’Armas III, e saíram para comprar bebida.  Caio estaria dirigindo.

“Acredito que ele foi obrigado a fugir, pois o Gabriel já estava circulando com o carro roubado há algum tempo. Não conheço esse homem, ele não fazia parte do círculo de amigos. Agora, eu só quero justiça, espero que a falta de humanidade da polícia não se repita”, conclui.

O pai de Caio, o motoboy Raimundo Neto Ribeiro, 41, também está indignado. “Não quero ver o nome do meu filho envolvido com bandidagem. Ele trabalhava em uma lanchonete e nunca fez nada de errado”, afirma.

Jornal de Brasília