A declaração do presidente Lula, que classificou como “chantagem” a pressão de parlamentares pela liberação de emendas, provocou forte reação no Congresso Nacional. Deputados e senadores, inclusive aliados do governo, consideraram a fala desrespeitosa e prejudicial ao diálogo institucional. A tensão se intensificou nos bastidores, com lideranças cobrando uma retratação do presidente.
A insatisfação atinge diretamente a articulação política do governo, que já enfrentava dificuldades para consolidar maioria em votações estratégicas. Parlamentares agora ameaçam travar pautas importantes, como o novo marco do setor elétrico e propostas orçamentárias. A fala de Lula, segundo líderes do centrão, fragiliza a relação entre os Poderes e pode comprometer a agenda legislativa no curto prazo.
Em resposta, integrantes do Planalto tentam conter a crise. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem buscado reaproximação com os presidentes da Câmara e do Senado, na tentativa de esfriar os ânimos e garantir a continuidade da pauta governista. A expectativa é de que Lula aborde o tema em tom mais conciliador nos próximos dias para evitar uma paralisação das votações.