Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Reforma administrativa: governo Lula tenta fugir do fantasma de Guedes

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta o desafio de encontrar uma forma de lidar com a reforma administrativa para evitar a ameaça do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ameaça dar andamento à reforma proposta durante a gestão de Guedes, o que afeta diretamente o funcionalismo público, uma categoria que desempenhou um papel importante na eleição de Lula para seu terceiro mandato.

Ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) estão reunidos para discutir o assunto.

Haddad defende que não é o momento adequado para discutir essa reforma e que qualquer movimentação pode afetar a pauta econômica no Congresso. Ele sugere que a reforma administrativa só seja debatida após a aprovação da reforma tributária.

A reforma administrativa proposta por Guedes envolve cortes de benefícios e mudanças no regime de contratação, tornando mais difícil ou até mesmo eliminando licenças, aumentos e férias superiores a 30 dias. Apenas os candidatos mais bem avaliados após um concurso público seriam efetivados, e os servidores passariam por avaliações contínuas, com mecanismos facilitadores para demissões.

Além disso, o governo Lula enfrentou descontentamento por parte dos servidores devido ao reajuste salarial proposto, que foi considerado insuficiente. Embora o governo tenha reservado R$ 1,5 bilhão para reajustes em 2024, as entidades de classe alegam que isso corresponde a cerca de 1% de correção, enquanto a categoria reivindica uma recomposição de 26% devido ao congelamento salarial desde 2016. No entanto, neste ano, o funcionalismo obteve um reajuste de 9%.