Sérgio Moro manda prender João Santana, marqueteiro de Dilma e Lula

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (22) a 23ª fase da Operação Lava-Jato, denominada Acarajé, que visa prender o marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, João Santana, sua mulher, Mônica Moura, que estão fora do Brasil, e outras quatro pessoas, seguindo mandados expedidos pelo juiz Sérgio Moro. Santana está na República Dominicana e, assim como sua mulher e outas três suspeitos que estão no exterior e tiveram as prisões decretadas,já foram incluídos na lista de procurados da Interpol para serem localizados, presos e transferidos para Curitiba. 

A Polícia Federal cumpre também cinco mandados de condução coercitiva e 38 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A ação envolve 300 policiais. Até o momento. duas pessoas foram levadas para Curitiba.

O marqueteiro é acusado de lavagem de dinheiro por usar contratos falsos para justificar o recebimento U$ 4,5 milhões em paraísos fiscais desviados da Petrobras e depositados em contas bancárias por ele fornecidas a uma empresa offfshore no exterior. Segundo a Polícia Federal, Santa e sua mulher, Mônica Moura, teria simulado serviços de consultoria e sabia quem o dinheiro tinha origem no esquema de propinas montado na estatal. Segundo a polícia, além de uma carta de Mônica às empresas que funcionaram como fachada, há um modelo de contrato assinado pelo marqueteiro e uma série de documentos bancários apreendidos e que confirmam as remessas de dinheiro não declaradas.

Os repasses, segundo a força-tarefa da Lava-Jato,eram feitos através da empreiteira Odebrecht em operações triangulares, que passavam pela Argentina, depois por bancos nos Estados Unidos e, finalmente, na Suíça. As investigações apontaram que os funcionários da construtora envolvidos formavam um grupo específico, encarregado das operações, todos eles transferidos recentemente para o exterior para dificultar as investigações.

O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais foi transferido nesta segunda-feira (22) para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba para ser ouvido pela Polícia Federal. Ele deve ser indiciado e denunciado em nova ação penal como responsável pelas operações de lavagem envolvendo agora o marqueteiro João Santana. Também será acusado pelo plano de transferência de dois funcionários da Odebrecht para o exterior cuja finalidade, segundo a força-tarefa, foi obstruir as investigações. Por ordem de Marcelo Odebrecht, a empreiteira pagou as despesas de transferência e providenciou os vistos para que viajassem para o exterior e lá permanecessem.

No Rio, os mandados estão sendo executados na capital, Angra dos Reis, Petrópolis, e Mangaratiba. Em São Paulo, somente na capital. Na Bahia, em Salvador, Camaçari e Salvador.

O nome da operação, Acarajé, seria referência a um dos alvos da Lava-Jato e também por ter sido usado pelos suspeitos como sinônimo de dinheiro vivo.
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